Muitos pacientes que tiveram uma infecção por COVID-19 queixam-se de manterem cansaço fácil após terem recuperado completamente da infecção. A maioria dos casos tem evolução benigna, com uma recuperação gradual da capacidade funcional – habitualmente nos primeiros 3 meses.
Porém, em algumas pessoas, a sintomatologia mantém-se por períodos mais longos, sem que isso pareça estar relacionado com infeções mais graves ou a pior prognóstico. Uma pequena proporção destes casos é justificada pelo desenvolvimento de um processo inflamatório no músculo cardíaco desencadeado pelo vírus SARS-COV2: este processo, conhecido por “Miocardite”, ocorre também em outras infecções víricas e, para além do cansaço, pode estar associado a outras manifestações como dor torácica.
O despiste desta situação baseia-se na observação clínica em consulta de cardiologia e em eventuais exames auxiliares de diagnóstico como a ecocardiografia, a prova de esforço e, em casos selecionados, Holter ou Ressonância Magnética. A estratégia terapêutica pode passar por uma adequada prescrição de exercício físico (que pode estar temporariamente desaconselhado, de acordo com os achados do estudo) e vigilância sintomática.
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